A
separação dos pais é sempre um assunto bastante delicado, pois implica em
alterações profundas na vida da família. Se o assunto é difícil de ser superado
pelos próprios adultos, imagine como é complexo para uma criança. Por isso,
procure entender cada reação que se manifesta a partir desse momento.
Quando a
separação acontece com filhos a partir de 3 anos, a criança pode ficar com medo
do abandono, da perda do amor do pai ou da mãe e um sentimento de culpa. Como
vive no mundo da fantasia, pensa que tudo aquilo que ela imagina acontece. Se
um dia, por causa de uma bronca, desejou ir morar em outra casa, pode se sentir
culpada pela separação imaginando que o pai ou a mãe saíram
de casa como resultado do seu pensamento.
As
crianças podem também regredir em relação a conquistas já feitas. Voltam a
fazer xixi na roupa, não articulam as palavras tão bem quanto faziam. Podem
ainda demonstrar raiva, angústia, agressividade, ter choros freqüentes e birras mais
acentuadas, além de alterações de sono e de
apetite, dores de cabeça, vômitos e febre.
Para
acalmar os conflitos emocionais dessa criança, é preciso muita conversa. Ela
tem de perceber o interesse dos pais em seus sentimentos. Frases como “eu
entendo que você esteja triste e que esteja sendo difícil” são importantes no
diálogo entre os pais e o filho, pois ajuda a criança a se sentir compreendida
e amparada.
É
importante ainda que haja um canal pelo qual a criança expresse, ainda que
inconscientemente, seus sentimentos. Podem ser desenhos, jogos, brincadeiras,
livros, simulações feitas com brinquedos e bonecos. Que haja, enfim, um espaço
em que ela demonstre simbolicamente a raiva que sente dos pais, a sensação de
abandono ou o que estiver em seu inconsciente. A criança provavelmente não
entende tudo o que está acontecendo, mas, enquanto empurra os carrinhos, dá
banho em uma boneca, ela projeta seus sentimentos e elabora os conflitos que
está vivendo.
Fonte: Boletim Crescer Online.