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13 de nov. de 2023

Você sabe brincar com seu filho?

A realidade vivida pelos pais nos dias de hoje é muito diferente da encontrada no século passado. O movimento feminista, a mudança de paradigmas e o mercado de trabalho se abrindo para mulheres, começou a possibilitar outras formas de dinâmica familiar. 

Atualmente os pais tem cada vez menos tempo para seus filhos e, além disso, com péssima qualidade. Chegam em casa com problemas do trabalho, estressados e ainda com muitos afazeres domésticos para dar conta. Isso tudo gera um stress e faz com que os pais dediquem tempo de baixa qualidade aos pequenos. Frente a  isso percebe-se que os pais não sabem estar/brincar com seus filhos de uma forma efetiva e satisfatória. A correia do dia-a-dia, a cabeça sempre cheia de atividades, problemas e metas a cumprir dificulta esta tarefa. Verdade seja dita, realmente é muito difícil cumprir todas as rotina da vida moderna e ainda dispor de tempo para os filhos. Porém, não impossível!
Acredito que algumas dicas possam ajudar a melhorar estas relações, por isso cito abaixo algumas estratégias para ação e reflexão dos pais que se identificam com a situação abordada acima:

- Organize seu tempo dentro e fora do trabalho - imprevistos acontecem, por isso a organização é fundamental. Planeje no final de semana o que pode fazer para brincar com seu  filho, após o trabalho  e no seu horário livre;
- O brincar é essencial para os pequenos, pois possibilita a expressão de conflitos internos. Enquanto brincam fique atento ao seu filho, é uma ótima oportunidade de conhecê-lo melhor. Aproveite a brincadeira você também. Brincar ajuda a relaxar e aliviar as tensões do dia-a-dia. Você sabia?

- Pense o que você gostaria que seu pai/mãe fizesse com/por você, quando você tinha a idade do seu filho - isso ajuda bastante. As brincadeiras de hoje em dia são bem diferentes das brincadeiras dos anos 70, 80, por exemplo, mas quem disse que seu filho não gosta de jogar peteca, bolinha de gude, 5 marias. A maioria das crianças nem conhece estas brincadeiras fantásticas;
-  Seja criativo. As crianças adoram improviso, brincadeiras de movimento com o corpo, faz-de-conta (contos, teatro, fantoches);

- Esteja disponível psiquicamente. Tente deixar de lado, por alguns minutos, pelo menos, os problemas. Entregue-se ao seu filho, à brincadeira. Conecte-se a ele. Seja carinhoso, afetivo, mas firme, quando necessário. Não tenha medo de dizer não. Lembre-se: no brincar também é importante que se estabeleçam limites. Deixe a criança explorar, conhecer, descobrir. Incentive-a. Mas deixe claro que brincadeiras com socos, tapas e que possam machucá-los, você ou a criança, são PROIBIDOS ;
- Corra, pule, grite, vivencie com seu filho a fase mais importante da vida dele, da sua, de vocês. A personalidade da criança se desenvolve até, aproximadamente, 6-7 anos, ou seja, o que ela será no futuro dependerá do que você faz (ou não) hoje por ela. Pense nisso. Criança feliz hoje, adulto saudável amanhã.

Aproveite esse momento para poder dedicar um tempo de qualidade para seu bem mais precioso: seu filho!


Por Rafaella Pelisser
Psicóloga
CRP 07/16972
(51) 9 9882.8988

25 de set. de 2013

Ler para o bebê, sim!

Nunca é cedo demais para começar o incentivo à leitura. Mas só vale mesmo se for algo feito junto, despretensiosamente e com prazer!


Uma das perguntas mais frequentes que os pais fazem, quando o assunto é incentivo à leitura com bebês, é: “Mas que tipo de livro eu posso ler para ele?”. Querem saber se valem histórias co...mpridas, se os contos de fadas já são adequados... Afinal, ele vai entender ou não o que estamos contando? Para responder, há uma frase que soa quase como um tabu. Para um bebê até por volta de 1 ano, não importa o conteúdo da história. Ele pode até não compreender o dilema da princesa, quantos animais estão na fazenda ou dimensionar o tamanho da floresta: mas já sente o prazer em escutar.

A partir daí, há uma troca importante: a interação ente adulto e bebê. É por meio da modulação de seu tom de voz, da interpretação que você está dando à história que seu bebê vai conhecer o mundo. Assim também nasce a aquisição da linguagem e a construção do pensamento. A experiência, então, fica na memória. “O bebê reúne a maneira de falar da mãe e essa informação sensorial vai criando o que chamamos de ‘marcas’ no cérebro dele”, diz a fonoaudióloga Erika Parlato-Oliveira, professora-adjunta da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretora científica do Instituto Langage, ONG sediada em São Paulo que trabalha questões relacionadas à linguagem. E como isso faz parte do desenvolvimento, deve acontecer da maneira mais natural possível. “Não precisa ficar mostrando as palavras isoladas para a criança. No mundo não é assim, a gente não aprende assim e nem seria interessante para ninguém”, afirma a psicóloga Ana Carolina Carvalho, que trabalha há 11 anos com formação de educadores em incentivo à leitura.

As ilustrações – e aprender a lê-las – são fundamentais nesse incentivo. E não estamos falando apenas dos livros-brinquedos (que têm mesmo mais a função de brincar com a criança), mas da sensibilização da criança a essa arte, inclusive. Chamam mais atenção as ilustrações grandes, muito coloridas ou edições com formatos diferentes, por exemplo. “Mas deve-se oferecer livros com ilustrações bem trabalhadas, que não sejam óbvias, vão além da história e, sobretudo, sem estereótipos”, afirma Ana Carolina. “Também na leitura das imagens não devemos nunca menosprezar a capacidade da criança.”


 

O QUE LER, COMO LER
 

Poesias, histórias de repetição, tudo que envolva mais musicalidade ou puxe sua garra por contar uma história está valendo. “As diferentes formas de leitura, as pausas, o virar das páginas, a mudança de um parágrafo, ensinam o bebê a lidar com os momentos de silêncio mas que são em sua maioria cheios de sentidos. Bebês adoram brincar de esconder, é um meio de elaborar as ausências. Quando adquirem a destreza motora, adoram virar as páginas e descobrir o que virá e o que se foi”, diz Karina Bonalume, psicóloga com especialização em clínica interdisciplinar com bebês, pela PUC-SP. Portanto, não espere nem mais um minuto e divirta-se!

 

E NA PRÁTICA...
 

- Na hora de apresentar um livro, escolha histórias curtas, mas que tenham um enredo que você também goste
- Prepare o ambiente, coloque o bebê no colo e conte a história sem pressa
- Bebês adoram histórias com repetição, grandes ilustrações, poemas e brincadeiras com palavras
- Embora conheçam tudo com as mãos e a boca, não quer dizer que só precise ser de plástico para não estragar. Vá, aos poucos, ensinando que livro não se põe na boca, não se rabisca, nem rasga...



 Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Livros-pra-uma-Cuca-Bacana/Para-amar-ler/noticia/2013/04/ler-para-o-bebe-sim.html

28 de ago. de 2013

Psicólogos concluem que pais frequentemente não sabem avaliar os sentimentos das crianças

Menores de sete anos não conseguem dizer com precisão como se sentem e os pais tiram próprias conclusões sem considerar os sentimentos dos filhos

Psicólogos concluem que pais frequentemente não sabem avaliar os sentimentos das crianças Jessé Giotti/Agencia RBS

Você acha que sabe tudo que se passa dentro da cabeça — e do coração — de seu filho? Segundo psicólogos da Universidade da Califórnia, a maioria dos pais está longe disso. Enquanto os responsáveis valorizam demais seus filhos e minimizam as suas preocupações, os pequenos não têm seus sentimentos completamente identificados pelos adultos.

Os pesquisadores decidiram avaliar as crianças a partir de suas próprias emoções. Eles desenvolveram uma escala de avaliação com base em imagem na qual os pequenos poderiam dizer quantas vezes eles sentiram diferentes tipos de emoções.

Em três estudos separados — envolvendo mais de 500 crianças com idades de quatro a 11 anos —, os estudiosos descobriram que os pais são mais otimistas do que as crianças. As emoções dos pais são bastantes tendenciosas, não apenas como eles percebem as emoções de seus filhos, mas também quanto ao grau de discrepância entre o que os adultos acham e o que os seus filhos sentem e realmente vivenciam.

Crianças com menos de sete anos não conseguem informar com precisão como elas se sentem e os pais acabam tirando suas próprias conclusões sem considerar totalmente os sentimentos dos filhos. Pai e mãe pensam que seus filhos são mais inteligentes do que eles realmente são, por exemplo. As avaliações feitas por parte dos pais ou outros adultos precisam ser tratadas com cuidado, de acordo com o coordenador do estudo, Kristin Lagattuta.

De forma consistente, durante a avaliação, as crianças deram a si próprias índices mais elevados de preocupação do que os atribuídos pelos pais e, ao inverso, disseram-se menos otimistas do que os pais consideravam.

As preocupações demonstradas pelas crianças foram limitadas às que faziam partes dos jogos e imagens apresentadas a elas, o que não significa que as preocupações infantis estejam limitadas a elas.

O estudo também mostrou que as próprias emoções dos pais influenciam a forma como eles percebem as emoções das crianças. Quanto mais emocionalmente afetados por uma situação os pais estão, maior é a discrepância das avaliações que eles fazem das emoções dos filhos. Da próxima vez que for abordar seu filho, lembre disso e, por via das dúvidas, vá com calma.


Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2012/11/psicologos-concluem-que-pais-frequentemente-nao-sabem-avaliar-os-sentimentos-das-criancas-3948905.html

9 de ago. de 2012

Como manter o vínculo com seu filho enquanto você trabalha...

Uma foto, um objeto seu, um telefonema. Confira outras dicas para driblar a saudade - sua e dele - durante o dia

 Shutterstock
Até os seus colares podem ajudar a matar a saudade
 
Vocês se veem rapidamente durante a manhã e depois só à noite, após o trabalho. Nesse intervalo, bate uma saudade e até uma pontinha de ciúmes da babá ou da professora da escola. Veja cinco maneiras de se manter bem próxima do seu filho, mesmo quando você não está em casa:

- Ligue para ele: Um estudo da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, mostrou que o cérebro da criança reage da mesma maneira – liberando ocitocina, o hormônio do bem-estar – com o contato físico ou com um telefonema da mãe.

- Faça uma gravação: Pode ser lendo uma história, cantando uma música ou apenas mandando um recado para dizer que está com saudades. Dessa forma, seu filho vai poder ouvir a sua voz sempre que quiser.

- Converse com uma câmera pela internet: Se você trabalha em um escritório, verifique se é possível instalar um programa de conversa instantânea com uma webcam para falar e ver seu filho ao mesmo tempo. Você pode reservar 15 minutos do horário do seu almoço para conversar com ele.

- Deixe seu filho brincar com um objeto seu: Pode ser uma peça de roupa com o seu perfume, seus colares ou qualquer outro objeto que lembre você e possa diverti-lo.

- Coloque uma foto sua na lancheira: Se for do fim de semana, melhor ainda e se ele já souber ler, você pode escrever um bilhete com uma mensagem carinhosa.


3 de ago. de 2012

Cinco frases que você NÃO deve dizer ao seu filho

ThinkStock

Você certamente sabe que o primeiro contato de uma criança com o mundo acontece dentro da família e que os adultos, portanto, têm um papel fundamental na formação da personalidade e identidade social de uma criança. Por isso, tanto os seus atos quanto aquilo que você diz para o seu filho têm grande importância – e podem ter um impacto positivo ou negativo sobre ele.

Segundo a professora de psicologia da faculdade Pequeno Príncipe (PR), ligada ao hospital de mesmo nome, Mariel Bautzel, toda a estrutura psíquica e social de uma pessoa é formada na primeira infância. “Não é raro vermos adultos que não sabem lidar com os próprios sentimentos ou que desconfiam muito do outro”, explica a especialista. Para ela, a causa pode estar lá atrás, na infância.

Pensando nisso, com a ajuda de Mariel e também da psicoterapeuta do Hospital Infantil Sabará (SP), Germana Savoy, listamos cinco frases que você NÃO deve dizer ao seu filho.


“Para de chorar”

A clássica frase inibe a expressão do sentimento da criança, sendo que o ideal é que você a ensine a lidar com as próprias emoções. “Sempre aconselho que os pais mostrem uma alternativa para o filho. Uma boa saída é pedir que eles mantenham a calma no momento do choro”, diz Germana.


“Volte já para a sua cama, isso é só um sonho”

Até os 5 ou 6 anos, as crianças não sabem diferenciar com precisão o mundo real do mundo dos sonhos, por isso elas não entendem bem quando você disser que aquilo que vivenciaram não é real. O melhor é acalentar o seu filho, dizer que o medo logo vai passar e colocá-lo para dormir na cama dele novamente.


“Essa injeção não vai doer”

Mentir para o seu filho faz com que a relação de confiança entre vocês seja quebrada. Fale sempre a verdade. Além da dor da injeção, ele também vai ficar magoado por ter sido enganado. Diga que é só uma picadinha, e que será para que ele tenha cada vez mais saúde para brincar.


“Você não aprende nada direito”

Crianças que têm uma referência negativa de si mesmas obviamente ficam com a autoestima prejudicada, explica Germana. E, como elas ainda possuem um mecanismo de defesa pouco desenvolvido, tudo o que um adulto disser terá um impacto enorme. Dizer que elas são burras, ou que nunca vão aprender matemática, por exemplo, pode fazer com que realmente acreditem que têm essas fraquezas.


"Se você não me obedecer, eu vou embora"

A criança tem de aprender a respeitar os pais pela autoridade - e não por medo de perdê-los ou, pior ainda, de ser maltratada. Ameaças e chantagens estão fora de cogitação.

Claro que, às vezes, os pais acabam falando coisas que não gostariam... Se isso acontecer, não se culpe. O jeito é recuperar a calma e conversar com a criança, explicando que agiu de forma errada.


Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI249042-15546,00-FRASES+QUE+VOCE+NAO+DEVE+DIZER+AO+SEU+FILHO.html

1 de ago. de 2012

Já brincou com seu filho hoje?

Ficamos tão ocupadas e atarantadas com nossos bebês, que eles passam por fases, crescem, e quando paramos para pensar, nos damos conta de que damos pouquíssimo tempo para que brinquem conosco, e compartilhem mais que cuidados com alimentação, fraldas, consultas médicas…

Brincar também é cuidar.
Brincar pode alimentar a alma e o espírito.
Muitas pessoas acreditam que fazem o melhor pelos seus, e quando a criança demonstra irritação, agitação, certa rebeldia, já vem o pensamento de qual remédio pode ser melhor, se está se tornando hiperativo, se não é hora de uma escolinha para que seja educado por terceiros, e que esses terceiros dêem conta do que não consegue superar em seus lares.
Muitas mães acreditam que a simples presença ao lado do bebê já é suficiente para que fiquem satisfeitos.

Chega a hora da brincadeira, mas o tempo escasso delega a TV momentos prazeroso e cosntrutivos, que podem transformar toda uma vida.


Fonte:http://alimentosaudeinfantil.wordpress.com/2008/05/28/ja-brincou-com-seu-filho-hoje

4 de jul. de 2012

Eu conheço você?

O seu filho prefere o colo da mãe? Para de chorar ao ouvir sua voz? Adora suas massagens? A ciência comprova, enfim, o que a gente já desconfiava: o bebê sabe, sim, quem é a mãe dele desde os primeiros dias de vida. E esse vínculo começa a nascer por meio dos cinco sentidos

Jamie Grill/Getty Images

Quando meu filho nasceu, parou de chorar no instante em que a enfermeira o colocou em meus braços e eu falei com ele”, relembra a revisora de texto Raquel Diniz, 25 anos, mãe de Miguel, 7, e Letícia, 4. “Acho que ele sabia quem eu era.” Anos depois, para confirmar a suspeita de Raquel, o mesmo aconteceu no parto da filha Letícia. Já ouviu ou até viveu algo parecido antes? Cada vez mais estudos científicos mostram que, de fato, o seu filho sabe, ou melhor, sente, quem é você desde cedo. Como? Por meio dos cinco sentidos, pois é assim que o ser humano descobre o mundo e passa a ter a consciência de si mesmo e daqueles que são importantes para a sua sobrevivência (no caso, você, mãe!).

“O bebê não compreende, mas sente prazer ou desprazer”, explica Harumi Kaihami, psicóloga do Ambulatório de Pediatria Social do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. E assim como os filhos de Raquel, uma das primeiras formas que encontram para se conectar com a mãe é por meio da audição. Uma pesquisa, realizada pela Cardiff University’s School of Psychology, em Londres, no início do ano, demonstrou que recém-nascidos são capazes de entender o que as mães dizem apenas pelo tom da voz, independente do idioma utilizado por elas. Para chegar a esse resultado, os cientistas registraram a fala das mães para algumas expressões em inglês, língua materna das crianças, e em grego. Mas, apesar da diferença na pronúncia das palavras, ao ouvir as gravações, os bebês apresentaram as mesmas reações em ambos os idiomas. Ou seja, o tom de voz carrega informações que são decodificadas pelo bebê. Quando você conversa, seu filho processa a informação e ativa áreas específicas do cérebro ligadas à emoção e à memória.

Segundo Kaihami, isso ocorre porque, desde a gestação, seu bebê vem se acostumando com você – e isso começa pela voz. Veja como esse vínculo se fortalece.


Audição

A audição é um dos sentidos que tem recebido bastante atenção dos cientistas. E é claro que a voz da mãe, como mostra outro experimento, é mais do que especial. Após o nascimento dos filhos gêmeos e prematuros, há cinco anos, o neurocientista americano Amir Lahav descobriu um jeito simples de evitar problemas respiratórios nos bebês: gravando a voz da mãe para eles ouvirem. Lahav procurou o chefe da Unidade de Terapia Intensiva do hospital onde os filhos que haviam nascido com apenas 500 gramas estavam internados, em Boston, nos Estados Unidos. Com a intenção de tranquilizar as crianças, conseguiu uma autorização para colocar perto delas uma gravação com a voz de sua esposa. E não é que funcionou?

Como a recuperação surpreendente dos bebês intrigou os enfermeiros, o neurocientista levou a experiência adiante. Construiu um estúdio de gravação no hospital e vem pesquisando, desde então, os benefícios da voz materna nas crianças prematuras. A explicação é que ela reduziria os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, nos bebês.

Mais pesquisas comprovam que o bebê é capaz de captar significados e sentimentos expressos nas palavras que escuta. Um estudo do Instituto de Psiquiatria do King’s College London, na Inglaterra, utilizou a ressonância magnética para registrar a resposta das funções cerebrais das crianças aos sons. A conclusão foi de que a região do cérebro responsável pela emoção fica intensamente ativa quando o bebê é colocado em contato com a voz humana, mesmo durante o sono.


Tato

Massagear o seu bebê faz mais do que protegê-lo contra cólicas, acredite. É por meio do toque que ele toma consciência dos limites do próprio corpo e da presença física da mãe. “Quando você toca seu filho, está transmitindo a mensagem de que ele não está sozinho no mundo”, explica a fisioterapeuta Fátima Aparecida Caromano, professora do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da USP. O contato físico, portanto, é também social. “Ele significa estar com alguém”, completa a fisioterapeuta, que é autora de Como e Por Que Massagear o Bebê (Ed. Manole), baseado em uma série de pesquisas científicas sobre os benefícios e efeitos do contato pele a pele. A cada afago, beijo ou cafuné, o que ela define como "somatória de contatos", você e o seu filho se tornam, sim, mais próximos. "Aos poucos, o bebê passa a reconhecer a mãe pelas sensações de conforto e bem-estar que ela provoca." E é por isso que ele dificilmente “troca” o seu colo pelo de outras pessoas!

A importância do contato pele a pele pode ser dimensionada, ainda, com os resultados positivos do método mãe-canguru (terapia em que os bebês prematuros ficam em contato direto com um dos pais, sem roupa, com o objetivo de fortalecer a imunidade, entre outros benefícios). Um estudo realizado na Colombia, com 777 recém-nascidos que pesavam até dois quilos, demonstrou que as crianças submetidas à técnica apresentam maior ganho de peso, melhor desenvolvimento psicomotor e mais resistência a doenças e infecções do que aquelas que ficam em incubadoras sem ter contato intenso com as mães.


Olfato e Paladar

Olfato e paladar são sentidos que andam juntos e ambos também despertam a sensação de prazer no seu filho. Henry Ugadin Koishi, otorrinolaringologista do Ambulatório do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que o bebê já nasce com o paladar desenvolvido, apresentando uma preferência natural àquilo que é doce (como a lactose presente no leite materno!).

E por falar em amamentação, já percebeu como um recém-nascido procura o peito da mãe quando ela o pega no colo? Em Dijon, na França, especialistas do Centro Nacional para Pesquisa Científica descobriram recentemente que o fluido produzido pelas glândulas mamárias, após a gestação, não só lubrifica os seios, mas também atua como um perfume para conduzir a criança até eles. De acordo com o estudo, o fascínio provocado pelo aroma da mãe interfere até no apetite da criança. Na pesquisa, constatou-se ainda que, quanto maior a quantidade de glândulas mamárias e produção de fluido, maior a vontade de mamar e, por consequência, a facilidade em ganhar peso dos bebês.


Visão

Você não se cansa de olhar para o seu bebê? Pois continue! Esse ato tão simples transmite aconchego e segurança para ele. Em uma pesquisa desenvolvida pelo Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em Distúrbios do Espectro Autístico da USP, 17 bebês foram filmados em situações cotidianas com suas mães. Os especialistas analisaram as imagens obtidas e constataram que, em 80% do tempo das gravações, os bebês concentraram a atenção no rosto e olhos da mãe.

Hoje, a ciência sabe que existe uma relação entre as competências sensoriais, cognitivas, sociais e afetivas com os alvos do olhar da criança. “Isso significa que o olhar ajuda o bebê a se organizar no mundo, a identificar pessoas e apreender a realidade a sua volta”, explica a fonoaudióloga Fernanda Dreux Miranda Fernandes, orientadora do estudo. É justamente por isso que a ausência do olhar cara a cara é um sinal do transtorno do espectro autista.

Da mesma forma como o bebê percebe os sentimentos e significados do que ouve, ele também entende, desde cedo, as nuances do olhar. Assim, identifica sentimentos como alegria ou reprovação de acordo com o movimento dos olhos dos que estão a sua frente. “O bebê elege a região dos olhos, nariz e boca como foco principal de atenção porque ele procura identificar aquilo que é humano no ambiente”, diz Fernanda.

A relação mãe e filho é um verdadeiro aprendizado. Mesmo quando o vínculo não é biológico, as experiências físicas são fontes para a formação do laço afetivo, pois as informações captadas pelos sentidos são armazenadas e processadas pela criança. “Os órgãos sensoriais estão ligados às áreas do cérebro relativas à memória”, diz Koishi. Isso quer dizer que, com o tempo, o bebê passa a se lembrar e a reconhecer a mãe pelo gosto, cheiro, toque, voz e olhar, como mostram as pesquisas. “É um processo natural do desenvolvimento humano”, conclui.

Após o parto, à medida que você aprende a conhecer o seu filho (os tipos de choro, a posição que ele mais gosta de mamar, as caretas), ele também está descobrindo quem é a mãe dele. E os sentidos são as ferramentas fundamentais nesse processo de reconhecimento mútuo.


Intensifique o laço entre você e seu filho!

Confira algumas dicas para você e seu bebê se entenderem ainda melhor:

Procure ficar de frente à criança e a olhe nos olhos. Assim, seu filho reconhece sua imagem e você demonstra disponibilidade emocional para ele.
Faça caras e bocas quando for conversar com seu filho. Os movimentos do rosto são identificados como alegria por ele.
Capriche na entonação na hora de conversar com seu bebê. Como as pesquisas que citamos comprovaram, ele entende muita coisa por meio do tom da sua fala.
Massageie seu filho. Técnicas como a shantala e outros tipos de massagem fazem bem para você e para ele, pois liberam serotonina e ocitocina, hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar no organismos dos dois.
A amamentação estimula o vínculo afetivo. É um momento saboroso para o bebê e existe a proximidade com a pele e o cheiro da mãe. Aproveite a posição favorável para olhá-lo nos olhos e demonstrar seus sentimentos com palavras.


Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI304159-10496-2,00-EU+CONHECO+VOCE.html. Acesso em: <03.06.2012>.