Puxe pela memória.
Na sua infância, quantos amigos da escola eram filhos únicos?
Poucos, não é mesmo? Agora pense nos amigos do seu filho. Quantos deles têm
irmãos? Boa parte, apostamos, é filho único.
Dados divulgados
recentemente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na
divulgação do Censo 2010, mostram que a taxa de fecundidade da mulher
brasileira caiu para 1,86 filho por mulher em 2010, bem inferior à taxa
de 2,38 filhos observada dez anos atrás.
Mudanças sociais e
econômicas estão deixando a árvore genealógica nacional cada vez mais enxuta,
sobretudo nos grandes centros urbanos. As taxas mais baixas de fecundidade foram
observadas nos estados do Rio de Janeiro (1,62 filho por mulher), São Paulo
(1,630 e no Distrito Federal (1,69), enquanto a taxa mais alta ocorre no Acre
(2,77).
De acordo com o
relatório, o declínio dos níveis de fecundidade ocorreu em todas as grandes
regiões brasileiras, principalmente no Norte (de 3,16 filhos por mulher para
2,42) e no Nordeste (de 2,69 para 2,01), que possuíam os mais altos níveis de
fecundidade em 2000.
Segundo o IBGE,
também se notou uma mudança comportamental: começa a cair a participação das
mulheres mais jovens (15 a 24 anos de idade) em novos nascimentos, e
cresce a fecundidade entre as com mais de 30 anos, passando de
27,6% em 2000 para 31,3% em 2010.
Os números
reforçam uma tendência dos casais que optam por diferentes razões em ter apenas
um filho. Dedicar-se, primeiro, aos estudos e à carreira, focar o investimento
em uma única criança, ter mais tempo para outras atividades são algumas delas.
A estilista
Adriana Fiori, 37 anos, e o marido, o arquiteto Rogério Freitas, 41 anos,
fizeram planos para ter apenas um filho. Júlia nasceu há 2 anos quando eles já
estavam casados há 5. “Sempre quis ser mãe, mas não queria abrir mão dos estudos
e da minha carreira. Quando Júlia nasceu, passei a trabalhar mais tempo em casa,
mas agora que ela está na escola, retomei a antiga rotina. Decidimos ter um
filho só para poder oferecer o melhor à ele e, ainda assim, manter os meus
interesses e do Rogério”, diz.
Para a psicanalista – e filha única - Diana Corso, hoje em dia é muito mais fácil ser mãe de apenas uma criança, assim como é mais fácil ser filho único. “Atualmente, os casais que optam por apenas um filho não são discriminados como há alguns anos. Antes, ter um filho só poderia ser considerado uma vergonha. Não se cogitava que aquela era uma opção do casal, já se pensava em um problema no casamento ou na fertilidade da mulher. Hoje, quando nos referimos a uma família com apenas um filho, não dizemos que eles têm “apenas” um filho, e sim, eles têm um filho”, compara a especialista.
As crianças também
não saem perdendo. Por muito tempo, os filhos únicos carregaram um estereótipo
de crianças mimadas, já que não aprendiam a dividir com seus irmãos. Atualmente,
eles têm que dividir os pais com outros interesses, como o
trabalho. Também se dizia que filhos únicos eram mais solitários. “Isso é um
mito. Uma relação de amizade entre irmãos é tão rara como o amor entre duas
pessoas. Pode acontecer ou não. Ter um irmão significa a possibilidade de um
laço, não a certeza”, completa Corso. Mas, se ainda assim, você está preocupada
com a educação do seu filho único, veja a seguir algumas dicas que vão ajudá-la
nessa tarefa:
Faça uma lista de seus medos (como imaginar que
seu filho convive com crianças que são má influência ou o que pode acontecer se
ele for sozinho a uma festa) e elimine o que você descobrir que não faz
sentido
|
Conheça a capacidade de seu filho em diferentes
estágios do desenvolvimento. Dê a ele oportunidades para ter aventuras e para
fracassar
|
Discuta confiança com seu filho. Acredite que o
sistema de valores de sua família orientará as decisões de seu filho quando ele
crescer
|
Deixe seu filho resolver alguns problemas
sozinho. Não fique sempre lá para juntar os cacos
|
Saiba que em alguns momentos é importante ceder
e deixar seu filho descobrir como agir sozinho
|
*Dicas do livro Criando Filho Único
(editora M.Books), de Carolyn
White
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Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI280126-15546,00-MAIS%20FILHOS%20UNICOS.html. Acesso em: <30.11.2011>.
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