18 de ago. de 2016

De novo. E de novo, e de novo!



Ninguém na família agüenta mais A Bela Adormecida, Procurando Nemo e Monstros S.A.? De tanto que seu filho assistiu a esses filmes, até você já cantarola debaixo do chuveiro Salagatula, decorou os diálogos entre Dory e Marlin. Assistir ao mesmo filme quatro, cinco, seis ou até dez vezes pode parecer um tanto quanto cansativo aos adultos, mas para as crianças a partir dos 2 anos é essencial para o desenvolvimento emocional e intelectual. A repetição é um dos mais típicos comportamentos infantis, um mecanismo de aprendizado e de garantia de ligação afetiva com o mundo.

Repetir brincadeiras, ouvir a mesma história, a mesma música inúmeras vezes faz com que as crianças aprendam a identificar situações, momentos e também relações de causa e efeito. Essas experiências, chamadas reiterativas, é que os impulsionam a se aventurar em novos conhecimentos, pois, inconscientemente, educa-os a fazer previsões e criar expectativas. Além disso, a criança confirma informações, capta melhor o que já viu e reforça sua identificação com algum elemento do filme.

É esta identificação, principalmente, que determina quais brincadeiras ou histórias vão ser as preferidas. Só essas serão repetidas muitas vezes, e não todas as atividades do cotidiano. Os pais devem compreender e acolher essa necessidade infantil. Paciência, então, com as infindáveis repetições dos episódios de Hi-5, Save-Ums, Backyardgans ou Vila Sésamo.

A preferência infantil, porém, não significa o fim para novas experiências. Criança é bicho muito curioso e adora novidade, desde que seja bacana (como todo mundo, aliás). Os adultos podem oferecer novas experiências, situações diferentes e garantir ao filho a companhia e o apoio para se arriscarem. Mesmo que isso, às vezes, signifique contar outras dez vezes a nova história.


Fonte: Boletim Online CRESCER.

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